Kissin' Cousins foi o primeiro filme barato
de Elvis. Depois desse filme, a impressão é que os planos de filmagem
para suas comédias musicais começaram a diminuir, e os orçamentos, a
ficarem menores.
Algumas pessoas dizem que o Coronel Parker achava
que a popularidade de Elvis como uma estrela de cinema estava
diminuindo, por isso, ele começou a procurar produtores que pudessem
baixar os custos da produção. Ele também procurou resorts e hotéis que
permitissem que o elenco e a equipe se hospedassem gratuitamente. Mas
não há prova de que o Coronel pretendia diminuir a qualidade dos filmes
de Elvis. O caso talvez tenha sido o contrário, e a diminuição dos
valores da produção, além dos orçamentos apertados e roteiros menores,
tenham resultado na diminuição das receitas das bilheterias.
Infelizmente, a música nos filmes de Elvis nos anos 60
geralmente não era tão boa quanto deveria. Elvis fez em média três
filmes por ano, entre 1960 e 1969, e um álbum de trilhas sonoras foi
lançado com cada filme. Após 1964, o Coronel insistiu para que Elvis
gravasse somente álbuns de trilhas sonoras. Muitas das músicas escritas
para os filmes de Elvis foram feitas por profissionais incompetentes que
trabalhavam para a Hill and Range, editora associada à RCA Records. Os
valores da produção desses álbuns eram ridículos.
Normalmente, as músicas de um álbum de trilhas
sonoras eram gravadas em duas ou três sessões de varar a noite. Nem o
Coronel Parker nem a RCA ou a Hill and Range estava interessado em
gastar dinheiro fazendo material de qualidade para Elvis, se era tão
fácil produzir e vender álbuns de trilhas sonoras comuns. Já que o
sistema funcionava para que todos tivessem vantagens, não havia motivo
para mudar isso.
Os álbuns e os filmes se promoviam. O lançamento de
um álbum de trilhas sonoras fazia os fãs se lembrarem de que um filme
logo estaria sendo exibido nas redondezas enquanto o filme servia como
uma excelente propaganda para o álbum.
O estilo nas paradas de sucesso pop, country e
rhythm-and-blues desapareceu na década de 60. Depois disso, Elvis não
teve nenhuma música country nas paradas até 1968, e após 1963, nunca
mais teve uma música de rhythm-and-blues nas paradas. Elvis foi capaz de
manter sua reputação até cerca de 1965. Nesse ano, teve apenas uma
música no Top-Ten, "Crying in the Chapel", que gravou em 1960. Seus
álbuns de trilhas sonoras apareciam no Top-Ten, mas muito raramente. Em
1966, somente uma canção de Elvis, "Love Letters", fez parte do Top 20.
Em 1967, nenhuma música ou álbum de Elvis chegou perto do Top 20.
O estilo de Elvis pode ter perdido qualidade,
originalidade e popularidade durante a década de 60, mas a queda não foi
tão rápida quanto algumas pessoas afirmam, da mesma forma, nem todas as
músicas escritas para seus filmes eram medíocres. Ele gravou algumas
músicas boas nessa década, mesmo que tenham sido para as trilhas dos
filmes.
Muitas canções de Viva Las Vegas são comparadas às de seus primeiros filmes. Outras músicas excelentes incluem a canção-título de Follow That Dream, "Return to Sender" de Girls! Girls! Girls!, "Rubberneckin'" de Change of Habit, "Wolf Call" de Girl Happy, "Can't Help Falling in Love" de Blue Hawaii, "Little Egypt" de Roustabout,
e muito mais. Embora haja pouco rock'n roll pesado ou rhythm-and-blues
nesses números musicais, o domínio de Elvis do idioma pop-rock é fácil e
seguro.
Infelizmente, essas canções bem escritas tendem a se
perder nas trilhas sonoras. Não há como fugir do fato de que Elvis
gravou algumas velharias nos anos 60. Entre essas estão "(There's) No
Room to Rhumba in a Sports Car" de Fun in Acapulco, "Fort Lauderdale Chamber of Commerce", de Girl Happy, "Queenie Wahini's Papaya" de Paradise, Hawaiian Style, "Yoga Is as Yoga Does", de Easy Come, Easy Go, "Barefoot Ballad" de Kissin' Cousins, "He's Your Uncle, Not Your Dad" de Speedway, e "Petunia, the Gardener's Daughter" de Frankie and Johnny.
A RCA não comercializou os álbuns de Elvis com muita
esperteza. Seus álbuns de trilhas sonoras eram uma miscelânia de
músicas sem unidade e consistência, e o Coronel e a equipe da RCA
estavam determinados a saturar o mercado lançando material a uma
velocidade enorme. Era comum a RCA lançar uma trilha sonora de Presley
enquanto uma outra ainda estava nas paradas de sucessos, mesmo que a
prática padrão fosse tirar o máximo proveito possível do álbum do cantor
antes de lançar o próximo.
A maioria dos álbuns e filmes de Elvis garantiu um
certo lucro, independentemente da rapidez com que foram feitos. O
Coronel prendeu-o a contratos de três filmes com vários estúdios, por
isso, quando Elvis resolveu deixar de fazer filmes, por volta de 1968,
foi contratualmente obrigado a participar de vários outros.
A despeito da diminuição da receita das bilheterias
dos filmes de Elvis, no final da década de 60, todo mundo se beneficiou
financeiramente desses meios. Os orçamentos dos filmes de Elvis foram
planejados de modo que 50% do total fosse destinado a seu salário, e ele
recebia uma porcentagem dos lucros. Parker recebia 25% da receita bruta
de Presley e de tudo que ele negociasse como conselheiro técnico,
enquanto o Abe Lastfogel de William Morris, recebia no máximo 10% sobre a
negociação de qualquer filme.
O Coronel Parker conhecia a chave para o sucesso
financeiro dos filmes, quando disse a um roteirista que havia 250 mil
fãs de Elvis Presley obstinados a assistir cada filme três vezes. Os fãs
acreditavam que o carisma de Elvis superava qualquer material medíocre
que fosse feito. Quando as filas se formavam do lado de fora das
bilheterias, as pessoas que estavam nelas iam para ver Elvis e nada
mais.
A carreira de Elvis pode ter balançado devido a sua
seqüência de filmes e trilhas sonoras medíocres. Depois que decidiu
parar de fazer filmes, no final dos anos 60, Elvis voltou ao seu
primeiro amor, a música, e começou a gravar material original de
qualidade.
Fonte:howstuffworks
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