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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

As Trilhas Sonoras e a ausencia nas Paradas


A produção das comédias musicais de Elvis foi relativamente barata, mas sempre lucrativa, por isso, Hal Wallis geralmente as usava como garantia para financiar outros filmes de prestígio. Os lucros de Roustabout foram suficientes como garantia para que investidores apoiassem a produção de Becket, de Wallis, que posteriormente ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado. Depois que deixou de fazer filmes, Elvis reclamou que essa prática o fez se sentir usado.
Kissin' Cousins foi o primeiro filme barato de Elvis. Depois desse filme, a impressão é que os planos de filmagem para suas comédias musicais começaram a diminuir, e os orçamentos, a ficarem menores.
Algumas pessoas dizem que o Coronel Parker achava que a popularidade de Elvis como uma estrela de cinema estava diminuindo, por isso, ele começou a procurar produtores que pudessem baixar os custos da produção. Ele também procurou resorts e hotéis que permitissem que o elenco e a equipe se hospedassem gratuitamente. Mas não há prova de que o Coronel pretendia diminuir a qualidade dos filmes de Elvis. O caso talvez tenha sido o contrário, e a diminuição dos valores da produção, além dos orçamentos apertados e roteiros menores, tenham resultado na diminuição das receitas das bilheterias.
Infelizmente, a música nos filmes de Elvis nos anos 60 geralmente não era tão boa quanto deveria. Elvis fez em média três filmes por ano, entre 1960 e 1969, e um álbum de trilhas sonoras foi lançado com cada filme. Após 1964, o Coronel insistiu para que Elvis gravasse somente álbuns de trilhas sonoras. Muitas das músicas escritas para os filmes de Elvis foram feitas por profissionais incompetentes que trabalhavam para a Hill and Range, editora associada à RCA Records. Os valores da produção desses álbuns eram ridículos. 





Normalmente, as músicas de um álbum de trilhas sonoras eram gravadas em duas ou três sessões de varar a noite. Nem o Coronel Parker nem a RCA ou a Hill and Range estava interessado em gastar dinheiro fazendo material de qualidade para Elvis, se era tão fácil produzir e vender álbuns de trilhas sonoras comuns. Já que o sistema funcionava para que todos tivessem vantagens, não havia motivo para mudar isso.

Os álbuns e os filmes se promoviam. O lançamento de um álbum de trilhas sonoras fazia os fãs se lembrarem de que um filme logo estaria sendo exibido nas redondezas enquanto o filme servia como uma excelente propaganda para o álbum.

O estilo nas paradas de sucesso pop, country e rhythm-and-blues desapareceu na década de 60. Depois disso, Elvis não teve nenhuma música country nas paradas até 1968, e após 1963, nunca mais teve uma música de rhythm-and-blues nas paradas. Elvis foi capaz de manter sua reputação até cerca de 1965. Nesse ano, teve apenas uma música no Top-Ten, "Crying in the Chapel", que gravou em 1960. Seus álbuns de trilhas sonoras apareciam no Top-Ten, mas muito raramente. Em 1966, somente uma canção de Elvis, "Love Letters", fez parte do Top 20. Em 1967, nenhuma música ou álbum de Elvis chegou perto do Top 20.

O estilo de Elvis pode ter perdido qualidade, originalidade e popularidade durante a década de 60, mas a queda não foi tão rápida quanto algumas pessoas afirmam, da mesma forma, nem todas as músicas escritas para seus filmes eram medíocres. Ele gravou algumas músicas boas nessa década, mesmo que tenham sido para as trilhas dos filmes.

Muitas canções de Viva Las Vegas são comparadas às de seus primeiros filmes. Outras músicas excelentes incluem a canção-título de Follow That Dream, "Return to Sender" de Girls! Girls! Girls!, "Rubberneckin'" de Change of Habit, "Wolf Call" de Girl Happy, "Can't Help Falling in Love" de Blue Hawaii, "Little Egypt" de Roustabout, e muito mais. Embora haja pouco rock'n roll pesado ou rhythm-and-blues nesses números musicais, o domínio de Elvis do idioma pop-rock é fácil e seguro.
Infelizmente, essas canções bem escritas tendem a se perder nas trilhas sonoras. Não há como fugir do fato de que Elvis gravou algumas velharias nos anos 60. Entre essas estão "(There's) No Room to Rhumba in a Sports Car" de Fun in Acapulco, "Fort Lauderdale Chamber of Commerce", de Girl Happy, "Queenie Wahini's Papaya" de Paradise, Hawaiian Style, "Yoga Is as Yoga Does", de Easy Come, Easy Go, "Barefoot Ballad" de Kissin' Cousins, "He's Your Uncle, Not Your Dad" de Speedway, e "Petunia, the Gardener's Daughter" de Frankie and Johnny.




A RCA não comercializou os álbuns de Elvis com muita esperteza. Seus álbuns de trilhas sonoras eram uma miscelânia de músicas sem unidade e consistência, e o Coronel e a equipe da RCA estavam determinados a saturar o mercado lançando material a uma velocidade enorme. Era comum a RCA lançar uma trilha sonora de Presley enquanto uma outra ainda estava nas paradas de sucessos, mesmo que a prática padrão fosse tirar o máximo proveito possível do álbum do cantor antes de lançar o próximo.
A maioria dos álbuns e filmes de Elvis garantiu um certo lucro, independentemente da rapidez com que foram feitos. O Coronel prendeu-o a contratos de três filmes com vários estúdios, por isso, quando Elvis resolveu deixar de fazer filmes, por volta de 1968, foi contratualmente obrigado a participar de vários outros.
A despeito da diminuição da receita das bilheterias dos filmes de Elvis, no final da década de 60, todo mundo se beneficiou financeiramente desses meios. Os orçamentos dos filmes de Elvis foram planejados de modo que 50% do total fosse destinado a seu salário, e ele recebia uma porcentagem dos lucros. Parker recebia 25% da receita bruta de Presley e de tudo que ele negociasse como conselheiro técnico, enquanto o Abe Lastfogel de William Morris, recebia no máximo 10% sobre a negociação de qualquer filme.
O Coronel Parker conhecia a chave para o sucesso financeiro dos filmes, quando disse a um roteirista que havia 250 mil fãs de Elvis Presley obstinados a assistir cada filme três vezes. Os fãs acreditavam que o carisma de Elvis superava qualquer material medíocre que fosse feito. Quando as filas se formavam do lado de fora das bilheterias, as pessoas que estavam nelas iam para ver Elvis e nada mais.
A carreira de Elvis pode ter balançado devido a sua seqüência de filmes e trilhas sonoras medíocres. Depois que decidiu parar de fazer filmes, no final dos anos 60, Elvis voltou ao seu primeiro amor, a música, e começou a gravar material original de qualidade.
Fonte:howstuffworks

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