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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A volta a América e os novos rumos


Assim que Elvis pisou em solo americano após sua dispensa do exército, repórteres caíram sobre ele com perguntas sobre sua carreira. Entrevistas nos jornais revelaram que ele não tinha intenção de abandonar o rock 'n roll "enquanto as pessoas o quisessem". Quase imediatamente, Elvis e o Coronel Parker embarcaram em uma jornada destinada apenas a isso; eles alteraram a imagem de Elvis usando as mesmas arenas de entretenimento que construíram sua imagem a primeira vez - gravações, televisão e os filmes.
Elvis e o Coronel Parker não estavam mais interessados em rock 'n roll, que tinha mudado entre 1958 e 1960. Na realidade, os músicos do rock eram mais controversos do que nunca: Little Richard estava com dificuldades com a IRS; Chuck Berry foi preso por violar a Lei de Mann; e Jerry Lee Lewis foi banido por fugir e casar com uma garota de 13 anos de idade. Para piorar as coisas, pelo menos aos olhos da imprensa, a garota era prima de Lewis e ele já era casado na época. Todos esses escândalos serviram para suspender suas carreiras temporariamente e danificar a reputação já maculada do rock 'n roll.
Enquanto o escândalo reivindicava alguns roqueiros, a morte reivindicava outros, como Buddy Holly, Ritchie Valens, o Big Bopper (J.P. Richardson) e Edde Cochran. A perda desses pioneiros do rock no cenário musical contribuiu para a elevação da popularidade dos cantores de baladas. Logo no início de 1958, artigos em revistas musicais começaram a perceber com prazer que os cantores de baladas estavam substituindo os artistas mais desvairados que estiveram nas paradas.
Quando Elvis voltou para casa em 1960 - entre manchetes proclamando "Coro de gritos adolescentes sacode Elvis para fora do Exército" e "O Exército fez de Elvis um novo Homem" - o palco estava montado para ele adotar um estilo mais suave. O Coronel se beneficiou da boa publicidade sobre o período de serviço de Elvis para promover um Elvis mais maduro que, ele esperava, atraísse uma audiência maior. 



Os críticos e fãs do rock 'n roll viram essa mudança como um declínio, mas na realidade era uma mudança deliberada na imagem de Elvis. Elvis e seu gerente abandonaram a notoriedade do rock 'n roll para o apelo mais amplo de filmes e música popular. Em termos de sucesso financeiro e popularidade geral, eles tomaram a decisão certa. Uma única imagem soma as ramificações desta importante mudança na carreira do jovem cantor: o cabelo comprido de Elvis, que foi tão cerimoniosamente tosquiado para seu alistamento no exército, nunca cresceu novamente. Duas semanas após sua dispensa, Elvis viajou para Nashville para sua primeira sessão de gravação em quase dois anos. Elvis se juntou no estúdio com dois de seus melhores amigos, o guitarrista Scotty Moore e o baterista D.J. Fontana. Bill Black, que tocou o baixo de Doghouse para Elvis, não era mais parte de sua banda. Moore, Black e Fontana foram os músicos de reserva de Elvis durante a maior parte de sua carreira anterior, mas no outono de 1957, Moore e Black demitiram-se como membros regulares da banda de Elvis. 
O dinheiro provavelmente tinha muito a ver com a decisão deles, já que Scotty e Bill receberam apenas US$100 por semana enquanto estavam em Memphis e US$200 por semana quando estavam na estrada. Presume-se que o Coronel foi o responsável pelos salários mesquinhos, mas em toda sua carreira Elvis nunca soube pagar salários muito altos a nenhuma das pessoas que trabalharam com ele.
Black eventualmente formou seu próprio grupo, a Bill Black Combo, e em 1959 eles gravaram uma canção instrumental chamada "Smokie". Moore continuou a gravar com Elvis no estúdio como freelance até 1969. D.J. Fontana, que foi recrutado do Louisiana Hayride, tinha um arranjo diferente com Elvis, que permitia mais dinheiro de reserva para ele em sua carreira. Moore e Fontana não eram os únicos músicos contratados para as sessões de gravação em Nashville. O famoso pianista country Floyd Cramer assinou, e novamente os Jordanaires cantaram os vocais de fundo. Durante a primeira sessão, Elvis cortou um disco que apresentava "Stuck on You" por "Fame and Fortune" no lado B. No começo de abril, Elvis voltou para o estúdio da RCA em Nashville para gravar faixas adicionais que eram necessárias para completar um álbum.
No final de abril, Elvis Is Back! foi lançado. Em menos de dois meses, a RCA tinha preparado e impresso esse novíssimo álbum de Elvis Presley, e ele estava tocando no rádio.



Elvis retornou do exército para um cenário musical bem diferente daquele que ele havia deixado. Anjos adolescentes com som suave, como Bobby Vee, Bobby Rydell, Frankie Avalon e Connie Francis conquistaram os jovens ouvintes, enquanto que a moda dançante do Twist os impulsionavam pelos salões de baile. Elvis e seu empresário, Coronel Tom Parker, começaram uma campanha para moldar a sua imagem em torno das tendências atuais e distante da controvérsia que o havia acompanhado antes do exército. A personalidade rebelde foi deixada de lado para assumir uma imagem pública mais madura; em sua música, a inovação de suas raízes do Estúdio Sun foram substituídas pelo cálculo de suas ambições em torno das tendências predominantes.

Apesar de muitos terem criticado esta mudança, ela não representou um declínio na qualidade da música de Elvis. Pelo contrário, Elvis Is Back representa um pico na carreira do cantor, quando sua maturidade e confiança levaram a um controle e foco em sua música. Como as gravações de Elvis anteriores ao exército, este álbum ofereceu uma coleção eclética de gêneros musicais, desde o dueto sentimental com Charlie Hodge chamado "I Will Be Home Again" até o espirituoso "Reconsider Baby", com um solo de saxofone blues de Boots Randolph. Mais uma vez, o talento de Elvis para unificar estilos divergentes de música resultou em um álbum inovador e bem-sucedido, atingindo o número 2 nas listas. 

Nem todas as canções que Elvis gravou em Nashville foram incluídas no álbum Elvis Is Back. A RCA segurou para lançamento posterior duas das suas baladas altamente aclamadas: "It's Now or Never" e "Are You Lonesome Tonight?" A faixa melancólica "Are You Lonesome Tonight?" foi um claro desvio do tipo de música que Elvis cantava antes de ter entrado no exército.
Nos anos 20, Al Jolson havia tornado essa canção popular, mas Elvis estava provavelmente mais familiarizado com uma versão de 1959 da canção que havia sido gravada pela cantora popular Jaye. Ela havia emprestado o seu arranjo de uma versão de 1950 da Orquestra Blue Baron. Acredita-se que o Coronel Parker tenha insistido para Elvis gravar "Are You Lonesome Tonight?", ainda que dificilmente ele interferisse nas músicas que Elvis escolhia. A canção combinava perfeitamente com a nova imagem de Elvis como cantor para as massas. Quem poderia ter adivinhado que "It's Now or Never", uma versão retrabalhada do clássico de 1901 no estilo ópera italiana "O Sole Mio", se tornaria o single mais vendido do Rei do Rock 'n Roll? Mas então, em 1956, quando Elvis foi criticado pela maioria dos jornais dos Estados Unidos por balançar seus quadris ao ritmo blues de "Hound Dog", ninguém saberia que ele se tornaria o favorito da imprensa em apenas quatro anos.
Ao servir resignado ao seu país no exército de 1958 a 1960, Elvis havia conquistado os corações e mentes da imprensa e público geral. "It's Now or Never" foi ao ar em estações de rádio conservadoras que anteriormente não chegariam perto de um disco de Presley, expondo, assim, Elvis a um público mais amplo e adulto.
 


"It's Now or Never" apresentava um som novo que foi
um sucesso internacional para Elvis Presley

Apesar disso, Elvis não gravou a canção apenas para obter um público maior. "O Sole Mio" foi composta por G. Capurro e Eduardo di Capua na virada do século XX, mas se tornou popular muito depois, com Mario Lanza. Elvis era um fã de Lanza e, sem dúvida, ouviu a gravação do cantor de ópera, mas também havia ouvido a versão em inglês "There's No Tomorrow" por Tony Martin.


Quando ainda estava no exército, Elvis pediu ao seu editor de música, Freddie Bienstock de Hill (da RCA), para encontrar alguém para compor uma nova letra para a canção. Os únicos escritores disponíveis em Hill and Range para fazê-lo eram Aaron Schroeder e Wally Gold, que aproveitaram a oportunidade porque sabiam que os royalties de uma canção de Elvis Presley seriam enormes. Eles compuseram a letra em menos de 30 minutos. Um cantor chamado David Hill (conhecido como David Hess) gravou uma demo com um arranjo no estilo cha-cha, e Elvis adorou. Ele foi desafiado pelo seu estilo de ópera e atraído pelo seu dramatismo.




"It's Now or Never" permaneceu nas listas por 20 semanas, mantendo a primeira posição nos EUA por cinco semanas. As vendas mundiais da faixa, de acordo com o Livro Guinness de Som Gravado, chegou a ultrapassar 20 milhões de cópias. Em 8 de maio de 1960, Elvis apareceu na TV pela primeira vez depois de sua dispensa do exército. Ele foi convidado para o Especial Frank Sinatra-Timex, também conhecido como Welcome Home Elvis (Bem-vindo ao lar, Elvis). O Coronel Parker havia fechado negócio com os produtores do show meses antes de Elvis ter sido dispensado de suas obrigações no exército. Ele acreditava que aparecer com Frank Sinatra apresentaria Elvis como cantor popular para um público mais amplo composto de adultos e entusiastas da música popular, como também para adolescentes e fãs de música country.  
Nunca tendo sido uma pessoa que se arrisca, o Coronel se certificou de que Elvis fizesse um grande sucesso, lotando a audiência do estúdio com 400 membros de um dos maiores fã-clubes de Elvis. O programa recebeu classificações fenomenais, dando à ABC-TV uma audiência de 41,5 naquela noite. Elvis recebeu uma quantia fenomenal de US$125.000 por um total de seis minutos no ar.
Vestido com um fraque conservador mas estiloso, o antigo ídolo dos adolescentes cantou a canção "Witchcraft", de Sinatra, e Sinatra interpretou a canção "Love Me Tender", de Elvis. Sua opção de vestimenta, penteado mais curto, e conexões com o "Rat Pack" indicavam que a carreira de Elvis estava tomando uma nova direção. Quando Elvis e Sinatra cantaram as canções um do outro, era como se Sinatra estivesse passando a sua posição como ídolo popular à geração seguinte: "The Voice" (A Voz), como Sinatra era conhecido nos anos 1940, estava cedendo seu lugar para o Rei. 




Sullivan pareceu ter esquecido que era o especial de Sinatra, não de Elvis, e havia outros quatro convidados a se apresentarem também. Alguns ataques à aparência de Elvis finalizaram a coluna com as observações de Sullivan de que o jovem cantor, "sem suas costeletas, havia substituído o que as mulheres provavelmente chamariam de um 'penteado alto'. Seu cabelo era tão alto na frente que parecia como uma rampa de esqui."
Menos de um ano depois, em
25 de março de 1961, Elvis fez uma apresentação ao vivo na Bloch Arena em Pearl Harbor, no Havaí. O show foi para arrecadar fundos para construir um memorial para o USS Arizona, o maior dos oito navios de guerra que haviam sido afundados em 7 de dezembro de 1941, durante o ataque aéreo de surpresa japonês a Pearl Harbor. Os preços dos ingressos para a apresentação de Elvis variavam de US$3 a US$10, com 100 assentos especiais reservados para pessoas que doaram US$100.

Elvis e o Coronel Parker compraram 50 desses assentos especiais e os doaram a pacientes do Hospital Tripler, no Havaí. O evento beneficente de Elvis arrecadou mais de US$52.000 para o fundo do memorial. Em 30 de março, a Assembléia de Deputados do Havaí aprovou a Resolução Especial 105 agradecendo a Elvis e ao Coronel. O evento beneficente para o memorial do Arizona poderia ser considerado uma boa jogada para sua carreira, pois ajudou Elvis a se tornar mais aceitável a um público adulto, mas sua carreira não foi a única razão pela qual Elvis concordou em fazer o concerto. Ele tinha uma natureza sensível e generosa. Elvis fez doações a instituições de caridade e outras causas justas por tuda a sua vida, independentemente de receber publicidade ou não por isso.
Cinco anos após esse evento benéfico, enquanto estava no Havaí filmando No Paraíso do Havaí (Paradise, Hawaiian Style), Elvis visitou o memorial concluído e colocou uma coroa de flores lá. Fotógrafos e repórteres correram para lá para registrar o evento, mas Elvis os mandou embora. Ele não queria que sua visita ao memorial se tornasse uma jogada publicitária.
Após o sucesso de Elvis Is Back e "It's Now or Never", Elvis e o Coronel decidiram que também era hora de reavivar a carreira cinematográfica de Elvis...
Fonte:howstuffworks

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