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domingo, 4 de novembro de 2012

Entrevista com Joe Guercio




Há uns 2 meses atrás eu pedi à uma querida amiga de Memphis para me colocar em contato com um dos amigos mais chegados dela – o legendário maestro dos Concertos de Elvis, Sr. Joe Guercio - a fim de tentar obter dele uma breve entrevista. Eu não tinha a menor idéia do quão disponível ele estaria para responder algumas perguntas a mim. 

Naquela ocasião então, minha amiga ligou para Joe e pediu a ele que desse uma entrevista para uma fã brasileira e ele adorou a idéia. Pediu a ela meu número de telefone mas disse a ela que me deixasse ciente de que me ligaria ainda naquela semana, contudo seria tarde da noite. 

Acho que eram 2hs da manhã (horário Brasil) quando ele me ligou!
Eu estava dormindo mas imediatamente acordei e me preparei rapidamente – caneta, papel, mini-gravador e já estava pronta para mais uma aventura! A entrevista foi gravada já que seria por telefone e eu poderia perder alguma coisa importante no meio da conversa.
Eu gostaria de agradecer muito mesmo a Gigi e ao Sr. Joe Guercio pela amizade e pela disponibilidade com que ambos se colocaram frente a este pedido meu. Do fundo do meu coração. (do site Elvis Presley Fan Club Brazil)





Jacquie: Olá Joe! Primeiramente muito obrigada por aceitar nos dar esta entrevista. Você é uma pessoa muito querida pelos fãs brasileiros e seu gesto significa muito para nós! Bem, de qualquer forma, eu espero que você não se importe…

Joe: De jeito nenhum! Eu não sei se eu poderei responder todas as perguntas, mas eu vou tentar...

Jacquie: OK. Elvis é muito conhecido por sua generosidade. Quais os tipos de presentes que você ganhou dele e qual deles foi o seu favorito? 

Joe: Bem, você tem razão. Elvis era uma pessoa muito generosa. Hoje mesmo eu estava olhando uma foto em uma revista que mostrava Elvis me dando de presente de 37º aniversário um relógio de ouro. Eu sempre mantive este relógio em minha casa com medo que pudesse perdê-lo. Mas há alguns anos atrás, acho que há uns 10 anos atrás, minha casa foi assaltada e o relógio foi roubado.

 Eu nunca mais o vi novamente. Mas meu presente favorito vindo de Elvis é o minha corrente de ouro com o pendente TCB. Uma noite, a corrente quebrou e eu levei ao joalheiro de Elvis para consertá-lo. Quando fui buscá-lo de volta, o joalheiro havia adicionado à corrente a pedido de Elvis, um diamante bem no meio com os cumprimentos de Elvis. Jamais poderia esperar isso, jamais! 

Jacquie: Joe, nós podemos esperar por algumas datas para um futuro breve no que concerne ao “Elvis-The Concert?" na Europa ou nos EUA? E quanto a América do Sul? 

Joe: Você sabe... não tenho certeza, eu sei apenas que estaremos em breve indo para o Hawaii e Singapura. E eu sei que andam conversando a respeito de voltar à Europa de novo em 2005, mas nada foi confirmado até o momento. Com relação à América do Sul, eu te digo, eu adoraria ir, seria muito sensacional, diferente, divertido, explosivo! Mas uma coisa é certa: se nós fizermos a América do Norte ou Europa ou até mesmo a América do Sul, provavelmente nós faremos shows em cidades em que não tocamos ainda. Cidades localizadas na Inglaterra, Bélgica, Holanda talvez… Brasil é o maior foco de interesse para nós quando falamos sobre América do Sul. Nós temos conversado bastante sobre isso, é tudo que eu posso dizer. 

Jacquie: Qual é o concerto de Elvis tido como seu favorito? 

Joe: Eu daria um grande, enorme destaque aos Concertos no Madison Square Garden. Elvis não havia estado em New York antes, só nos anos 50. E no momento em que introduzimos “2001”, muitos “flashes” foram disparados – e quando ele entrou em cena, tinham tantos, mas tantos “flashes” sendo disparados que a área construída estava totalmente iluminada, como se estivesse acesa. E olha que o Madison Square Garden é enorme, imenso! New York foi uma platéia fantástica, nós adoramos tocar lá...

Mas o concerto “top” dentre todos eles é inquestionavelmente “Aloha from Hawaii”. Eu trouxe alguns músicos de Los Angeles, meus músicos principais de Vegas e disse a eles: “Senhores, eu espero que vocês tenham em mente - no momento em que eu começar a regê-los esta noite – que esta é a primeira vez que a música será transmitida ao vivo via satélite para o mundo inteiro!” Foi uma realização, um evento fantástico sem precedentes na história....mais de um bilhão de pessoas assistindo! Foi inacreditável, realmente. 

Jacquie: Sim, com certeza, Joe. Foi nesta noite que Elvis entrou em minha vida para sempre - e eu tinha somente 5 anos…
Bem, mudando de assunto, qual é a história por trás daquela fantástica foto onde você e Elvis estão cada um respectivamente com seu dedo abaixo do olho? 

Joe: Ah, Deus…Você realmente quer ouvir sobre isso? É uma velha piada, uma brincadeira. Tinha um cara que ia ao zôo e lá tinha um macaco enorme - um gorila - por lá. O cara tenta dar banana ao macaco, e o macaco continua vindo, tentando agarrar a banana. Mas tinha um buraco, uma cova bem entre o macaco e o cara com a banana. Então, quando o macaco vinha para agarrar a banana, o cara tirava a banana de alcance e o macaco caía no buraco. No segundo dia, o cara vem de novo com a banana.

 O macaco consegue agarrá-la, mas o cara foi mais rápido e retorna com a banana e o macaco cai de novo no buraco. No dia seguinte, o cara vem de novo com outra banana e ele quer dá-la ao macaco gorila. E o macaco começa a andar agachado e pára, dá uma volta em torno de si próprio e faz este gesto (com o dedo por baixo do olho). Então o cara vai até um funcionário do zôo e diz “Eu não entendo porque ele está fazendo isto....” Então o funcionário explica que na linguagem dos macacos isso quer dizer “Abre seu olho...” (risos…) – Então é isso que a fotografia quer dizer “Abre seu olho...!!!” Foi isso, esclareci tudo pessoal! (risos…) 

Jacquie: (Risos…) E quanto à fotografia aonde Elvis aparece “esganando” você pelo pescoço? 

Joe: Eu sou italiano, toda minha família é da Itália e todos nós tomamos lições de músicos italianos. Isso foi uma coisa muito importante em minha vida. E eis que de repente temos aqui então um cara que “toma” a canção italiana chamada “O Sole Mio” que eu cresci escutando e diz: esta canção se chama “It’s Now Or Never”… Quando você é italiano, isto não é muito legal…sabe? Eu disse a ele (Elvis): “O que você está fazendo? Cante “O Sole Mio” – esta é uma canção italiana…” Então, numa noite após o show no Hilton, eu disse de novo: “ Você está errado, cara, esta canção é “O Sole Mio” e foi quando então ele me pegou pelo pescoço, como se estivesse me enforcando.... Tinha uma moça, fotógrafa, que registrou este momento e bateu a foto. Isto foi em 1972. Ele tinha um grande senso de humor. A gente se divertia muito, o tempo todo… 








Jacquie: Porque Elvis não fez mais músicas novas em 1976, 1977?

Joe: Aqueles foram anos difíceis, duros. Nós não ensaiávamos muito… O contrato com o Hotel Hilton Las Vegas tinha terminado. Tente imaginar que, além disso tudo, não havia muitas canções novas naqueles anos... Esta é a razão. 

Jacquie: Quanto aos arranjos das músicas, Elvis contribuiu muito nos anos 70. O que quer dizer que ele teve opiniões e influências sobre a escolha e o arranjo nas canções diferentes e etc... 

Joe: Sim, um monte de opiniões realmente, das quais em torno de 90% eram muito corretas e faziam todo sentido. Mas quando a tentativa não funcionava a contento, a gente jogava a tal versão de lado. Elvis me dizia o que ele pensava: “Eu gostaria de tentar esta música deste ou daquele jeito” ou “não, não é isto…”

 Era assim que nós trabalhávamos. Você vê, o que aconteceu: nós começamos com um pequeno grupo da minha Orquestra que veio de Vegas 4 dias antes da estréia de nossa primeira turnê juntos. Ao todo tivemos 2 dias ensaiando com o grupo pequeno de músicos e mais 2 dias no palco com a banda de músicos. Se não conseguíssemos fazer a coisa direito, a gente largava a tal versão de lado. 

Jacquie: Eu tenho notado quando escuto algum show de Elvis que tenha sido gravado da audiência, o efeito constante de um sintetizador... – você pode nos dar uma luz sobre isto?

Joe: Espere um minuto. Você está falando sobre “Elvis The Concert”?

Jacquie: Não, não – os shows daquela época.

Joe: O sintetizador nos anos 70… todas as vezes que David Briggs estava com o grupo, nós tínhamos um sintetizador no palco. Por acaso, eu trabalhei muitas vezes com David, fizemos e ainda fazemos várias produções juntos, ele ainda é brilhante no que faz, e também um amigo muito próximo a mim. Mas esse era David Briggs naqueles tempos… Em “Elvis The Concert”, o sintetizador que você escuta é de Ron Feuer que estava no The Hilton quando fizemos shows de Elvis também, antes de Briggs juntar-se a nós. Mas David tinha o sintetizador naqueles tempos, um dos primeiros que surgiram no mercado. 

Jacquie: Joe, nós quase não o vemos se apresentando como “convidado especial” nestes encontros “Elvísticos”, na Elvis Week ou durante o ano em encontros promovidos por Fan Clubes. Você gosta de falar sobre seus anos com Elvis? 

Joe: Eu não me importo em falar sobre Elvis e nossos tempos juntos. Isto ocorre porque, você sabe, eu levo uma vida muito atribulada. Trabalho com muitos outros artistas. Desde que as perguntas sobre Elvis sejam respeitosas à memória dele, eu vou falar sobre Elvis – porque não??? (risos...) Mas eu nunca escrevi um livro… (risos…).









Jacquie: E porque não?

Joe: Bem, se eu escrevesse um livro, seria sobre outras coisas também além de Elvis Presley. Eu fiz muito mais em minha carreira do que “apenas Elvis”. Até hoje estou na ativa, tenho um trabalho, uma carreira, uma história, você entende...

Jacquie: Talvez algum dia mais tarde, quando você se aposentar? Algo como “As Memórias de Joe Guercio” ?

Joe: Certo. Mas se eu fizer isto, o livro será super divertido, cheio de coisas alegres, engraçadas. Vocês irão gostar! Aconteceram mais coisas em termos de “bons tempos” do que vocês provavelmente tenham lido. Nós tivemos tempos maravilhosos, como crianças no Jardim de Infância. Adorávamos brincar com brinquedos de velocidade, por exemplo. Nos divertíamos muito e acho que foi também por isso que Elvis aguentou por 8 anos a louca agenda de shows que lhe impunham. Mesmo com a chegada das doenças. Bom, isso é uma outra história e não vou falar de coisas tristes no meu livro! 

Jacquie: Com qual tipo de música você tem trabalhado agora? Em que projetos você está envolvido e – eles seriam todos relacionados a Elvis?

Joe: Joe Moscheo (membro original do “The Imperials”) e eu temos uma empresa juntos. Joe era o pianista na estrutura original dos “The Imperials” e acabou se tornando um dos executivos da BMI. Nós produzimos um álbum chamado “The Gospel Side of Elvis”. Foi pela primeira vez que The Stamps e The Imperials trabalharam juntos. É um álbum duplo. Nós produzimos este álbum e ele está indo muito bem nas vendagens. Além disso eu estou com uma empresa chamada “HG Entertainment”. Estou ainda muito atuante na indústria da música e eu curto muito isso. Ano passado, a TCB Band e minha orquestra excursionamos com Frank Michael. Foi muito proveitoso e nós fizemos um álbum em estúdio com ele também. 

Jacquie: Porque você não faz um álbum instrumental com a sua Orquestra? 

Joe: Tão logo alguém surja com o dinheiro necessário para esta produção, eu farei! (risos…). Mas tem muitas coisas vinculadas a minha Orquestra que você pode comprar... Eu trabalhei com Diana Ross, Nathalie Cole, Gladys Knight, Barbra Streisand… E eu tenho curtido muito trabalhar com esta Orquestra até os dias de hoje… Agora, falando de Elvis - o espírito com essas pessoas ao redor, os fãs..., é simplesmente fantástico. Quando temos que fazer algum ensaio, o lugar está sempre “pegando fogo” ! 

Jacquie: Você sabe se Elvis fez canções em apresentações e que não foram ainda lançadas? 

Joe: Bem, muitas canções que ele fez em shows eu acho que elas nem foram gravadas.... “First Time Ever I Saw Your Face”, eu sei que ele fez esta canção durante uma apresentação e eu não acho que a mesma tenha sido sequer lançada. Ou a canção de Olívia Newton John “If you love me let me know”, não foi lançada ainda, é isso? 

Jacquie: Ah sim, foi lançada e está no álbum do “Elvis In Concert” só para começar....

Joe: Ops, está certo…

Jacquie: Suponha que Elvis ainda estivesse vivo, que tipo de canções ele estaria fazendo atualmente? 

Joe: Bom, de uma coisa tenho certeza, ele não estaria fazendo “hip-hop” (risos...) Acho que seria no estilo de canções que Barry Manilow fez, Elton John… Eu sempre quis tanto que ele gravasse “Don’t let the Sun Go Down on Me”, a canção que acabou gravada por Elton John. Ele poderia ter cantado esta música de forma sem igual. Mas acho que é onde ele estaria hoje: cantando grandes baladas românticas.... 

 Ele já estava legitimamente caminhando nesta direção, entende, inclusive adorava ópera. Um de seus artistas favoritos era Mario Lanza. De fato, ambos foram contratados da RCA durante a mesma época. Essas influências em Elvis fizeram com que tivéssemos chance de vê-lo cantar belíssimas versões de “Hurt”, “Unchained Melody”, “How Great Thou art” etc... porque ele gostava desse tipo de canção. Esta é a melhor forma como posso responder a esta questão.







Jacquie: Depois de ter estado com Elvis “on tour” por tantos anos, você realmente acha que ele era um sujeito solitário? 

Joe: Receio que sim, Jacquie… Ele tinha um grande senso de humor e de repente ele ficava profundamente triste, pensativo, longe… Não sei como te explicar mas Elvis era muito solitário mesmo com tanta gente ao redor dele… As ocasiões em que eu tinha plena certeza de que ele estava de fato feliz, tal qual uma criança, era quando ele tinha a pequena Lisa por perto dele e quando ele estava próximo aos seus fãs. 

Jacquie: O último show de Elvis em Indianapolis no dia 26/06/1977 – será lançado algum dia, até aonde você saiba? 

Joe: Não tenho idéia. Eu não controlo a BMG (risos…) Eu sequer saberia te dizer se eles gravaram o show. Devem ter gravado sim. Eu sei que Bill Porter (da equipe de produção dos shows de Elvis) fez a sua própria gravação, então o show deve ser oficialmente lançado em algum momento. Eu não sei.... 

Jacquie: Porque Elvis não foi a Europa e a nenhum outro lugar exceto Canadá? 

Joe: Todo mundo diz que é por causa do Colonel, mas eu não sei. Não tenho idéia. Eu sei que nós nunca falamos sobre isso, nunca foi tema de conversa. Tom Diskin costumava brincar dizendo “Vamos lá pessoal, nós estamos indo para a Europa fazer um “tour” e nós tocaremos em cidades como “Paris Tennessee”, “Roma New York”... – era cômico! Bom, para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ver o “The Concert”: O Concerto com os telões é exatamente como eram os shows. O sentimento com o “The Concert” é exatamente o sentimento que tínhamos quando nós trabalhávamos com ele. O “feeling” é impressionante. 

A energia emanada ao redor é inacreditável. Eu coloco os “head sets” todas as noites em que temos shows e não dá para te explicar...É como estar vivendo tudo aquilo de novo – com ele ao redor. É vibrante e é porque nós temos os caras do TCB Band, the Sweets, the Stamps ou the Imperials. Quando nós fizemos a remontagem dos shows, nós não havíamos estado juntos em um palco por quase 20 anos. A primeira vez que o “The Concert” foi aos palcos, foi como se nós tivéssemos encerrado uma temporada 2 dias atrás em Cleveland... Nós corremos, pulamos e vibramos durante todo o show sem parar – até começar a canção “Bridge over troubled water” e então as meninas ficaram emocionadas, com a voz embargada e nós então fizemos um intervalo de 10 minutos.

Jacquie: Bem Joe…estas respostas atendem aos questionamentos feitos e que eu tinha em mente na hora em que você me ligou.... Muito Obrigada pelo seu tempo, sua ajuda neste projeto e pela sua música também!

Joe: O prazer é todo meu, pode acreditar.
Fonte:elvispreselyfcbrazil.com.br

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